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Durante todo o ano, sobretudo quando alguma data ou comemoração especial vem se aproximando, surge na cabeça de alguns curiosos o que aconteceu de fato que justificasse a menção de tal data. Nesse sentido, uma das mais populares no Ocidente é o Dia das Mães, celebrada todos os anos sempre no segundo domingo de maio. É nela que os filhos programam homenagens, compram presentes e, acima de tudo, procuram enchê-la de carinho.

Certamente você já deve ter se perguntado onde surgiu o Dia das Mães e como ele ganhou tal notoriedade. Outro ponto que também pode entrar na lista de dúvidas é como surgiu a tradição de presenteá-las. Ah! Além das demonstrações de sentimento por parte dos filhos, o comércio também enxerga a data como uma das mais rentáveis do ano, se igualando até a outras que também geram a corrida das pessoas para as lojas, como o Natal.

A origem

A mais antiga menção que se tem registro na história sobre o Dia das Mães vem da Grécia Antiga. Por lá, os gregos acreditavam que a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. Porém, é importante deixar bem claro que o sentido que é empregado a data hoje, não era o mesmo nos primórdios. Foi somente no século XVII que a data começou a ganhar um pouco das características que ela tem hoje.

Na época, as fábricas inglesas destinaram o quarto domingo da Quaresma para homenagear as mães das operárias. Por determinação, as fábricas davam folga a essas trabalhadoras para que pudessem aproveitar o dia em casa, com as mães. A data ficou conhecida como “Mothering Day”, ou Dia da Maternidade em tradução literal. Pouco tempo depois, uma adaptação à data foi criada, imprimindo perfil mais comemorativo.

Foi justamente nessa fase que nasceu o “mothering cake” ou bolo materno em tradução literal. Tratava-se de um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo. Lembrando que tudo isso aconteceu na Inglaterra, país do continente europeu.

A data ganhando forma

Quanto aos Estados Unidos, as primeiras movimentações para a criação de uma data que homenageasse as mães ocorreram só no ano de 1872. Esse movimento foi encabeçado pela escritora Júlia Ward Howe, autora de “O Hino de Batalha da República”. Porém, apesar da iniciativa, a instituição de fato da data partiu de outra americana, Ana Jarvis, do Estado da Virgínia Ocidental.

No ano de 1905 Ana, que era filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. De acordo com o site Portal da Família, a preocupação de algumas amigas com a saúde de Ana fez com que elas tivessem a ideia de perpetuar a memória da mãe de Ana de forma festiva. Na ocasião, Ana abraçou a ideia e fez com que essa comemoração fosse estendida para todas as mães, vivas ou mortas.

Mas, fazer com que a data deslanchasse não foi uma tarefa tão fácil para Ana, mesmo tendo ela o mais nobre dos sentimentos em relação ao fortalecimento dos vínculos familiares. Foi só no dia 26 de abril de 1910 que o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário comemorativo do estado. Depois disso, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, unificou a celebração em todos os estados americanos.

Já em relação a data recém instituída, também ficou definido que ela seria lembrada no segundo domingo do mês de maio. Nesse caso, a sugestão foi da própria Anna Jarvis.

O Dia das Mães para o comércio

Pela própria tradição que a data acabou ganhando, com o passar dos anos, o Dia das Mães passou a figurar como uma das mais lucrativas datas para o comércio. Ironicamente, logo depois que a data foi instituída nos Estados Unidos, Anna Jarvis ficou muito triste com o norte que tudo tinha tomado. Visando o lucro, alguns comerciantes começaram a comercializar o cravo branco, tomado como um dos símbolos da maternidade.

Em uma entrevista, Ana declarou que a criação da data não foi para gerar lucro e sim para celebrar a família. Ela tentou entrar na Justiça para cancelar o Dia das Mães, porém, não obteve sucesso. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Durante parte da vida lutou para que a data fosse celebrada com carinho, não só visando ganho comercial.

O Dia das Mães no Brasil

Depois que a menção as mães através de uma data comemorativa começou a se espalhar por outros países, o Brasil também foi incentivado a levá-la em consideração. O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918, segundo levantou o site Portal da Família. Foi só no ano de 1932 que o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio.

No ano de 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que o Dia das Mães fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.